PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA
Hoje faleceu uma paciente do nosso município com o diagnóstico clínico desta doença. Mas que doença é essa? como ela se origina? Na realidade a PTI é Uma doença autoimune e tida como rara, parecida com lúpus, mas que não é lúpus e nem é câncer. No Brasil não existe estudo que estime a incidência na população e o perfil do paciente, mas o número de pessoas diagnosticados vem aumentando. A púrpura se desenvolve quando o sistema imunológico desconhece as plaquetas como parte do organismo e passa a produzir anticorpos para atacá-las e destruí-las. As plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue quando sofremos algum tipo de ferimento. Em uma pessoa com índices normais, o número dessas células varia entre 150 a 200 mil, numa pessoa com púrpura pode chegar abaixo de 10 mil. Além dos sangramentos pode atacar principalmente o sistema renal
Veja abaixo texto de Dráuzio Varella sobre a doença:
Púrpura
trombocitopênica idiopática é uma doença autoimune que se caracteriza pela
destruição das plaquetas, células produzidas na medula óssea e ligadas ao
processo de coagulação inicial do sangue.
O nome está
diretamente relacionado às principais manifestações da enfermidade.
Púrpura é uma referência às manchas roxas ou avermelhadas indicativas de
sangramentos que aparecem na pele; trombocitopênica, em razão da
trombocitopenia, ou seja, do sangramento provocado pela queda no número de
plaquetas. Chama-se idiopática, porque a causa da doença ainda não foi
identificada.
A enfermidade afeta
uma em cada 10 mil pessoas e incide mais nas mulheres em idade fértil do
que nos homens. Crianças podem apresentar uma forma aguda e autolimitada
de PTI, em geral decorrente de um quadro infeccioso viral.
Sintomas
Os sintomas surgem
quando a queda do número de plaquetas compromete o processo de coagulação
do sangue a ponto de provocar sangramentos. Os mais típicos são os
sangramentos que se localizam na pele ou nas mucosas sob a forma de
petéquias (manchas puntiformes) ou equimoses (manchas maiores). Podem
ocorrer também sangramentos nasais (epistaxes), nas gengivas,
gastrintestinais e no trato urinário. A ocorrência de edemas, dor
nas pernas e hemorragias menstruais são mais difíceis de controlar.
A intensidade dos
sintomas varia muito de um paciente para outro. Em alguns casos, eles
podem ser assintomáticos e dispensam tratamento.
Diagnóstico
O diagnóstico
baseia-se no exame clínico e no resultado do hemograma. Uma vez constatado
que o número de plaquetas está baixo, é de suma importância fazer o
diagnóstico diferencial, porque doenças como AIDS, lúpus, leucemias e
certas infecções virais também provocam queda no número de plaquetas.
Tratamento
Na infância, pode
ocorrer remissão espontânea da doença, o que raramente acontece na vida
adulta.
O tratamento com
cortiscosteroides (prednisona, dexametosona, entre outors) por via oral visa controlar os sintomas e
provocar aumento gradual das plaquetas no sangue. O risco de sangramento
diminui consideravelmente, quando a contagem das plaquetas atinge 50.000.
Por causa dos efeitos colaterais adversos, o medicamento deve ser retirado
aos poucos ou reduzido a doses mínimas o mais depressa possível.
Doses altas de
imunoglobulina por via intravenosa são úteis para conter os sangramentos
agudos e elevar a contagem de plaquetas.
Como grande parte da
produção de autoanticorpos e destruição das plaquetas ocorre no baço, em
algumas situações, a remoção cirúrgica desse órgão (esplenectomia)
podeestar indicada.
Recomendações
* Sangramentos
provocados pela baixa contagem de plaquetas são facilmente visíveis sob a pele
ou mucosas. A presença inexplicável de pequenos pontos ou de manchas
arroxeadas espalhadas pelo corpo deve ser um sinal de alerta. Procure
assistência médica para diagnóstico e tratamento, se necessário;
* Em geral, a púrpura
trombocitopênica idiopática tem bom prognóstico, desde que devidamente tratada.